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Paranismo
Foi nos idos da década de 1920 que surgiu o chamado Paranismo, movimento regional que visava enaltecer os símbolos do estado do Paraná, utilizando o pinheiro, o pinhão, a erva-mate e outros elementos na arquitetura, esculturas, pinturas, móveis e até na moda. O movimento paranista ganhou forma graças à ação conjunta do pintor João Ghelfi (1890-1925), do pintor-cientista Frederico Lange de Morretes (1892-1954) e do escultor João Turin (1878-1949).
Os rumores do surgimento do movimento paranista se baseiam na necessidade do estado em recuperar – ou até mesmo criar – sua própria tradição. Um dos incentivadores mais comprometidos com o Paranismo foi Romário Martins (1874-1948) que, em uma série de livros logo oficializada pelo governo como a História do Paraná destaca o pinheiro como elemento dominante da paisagem paranaense, tornando-o símbolo do estado. Até mesmo o nome de Curitiba pode ter sido baseado na junção dos vocábulos indígenas ‘cory’ – pinheiro e ‘tiba’ – muito, logo Curitiba significa ‘muitos pinheiros’.
Durante o ano de 1923, Turin, Morretes e Ghelfi, discutiram longamente sobre a aplicabilidade dos símbolos paranistas nas artes visuais, até que chegaram a determinar a forma gráfica do pinhão e das pinhas. Com a morte prematura de João Ghelfi, a responsabilidade de levar adiante a missão de deixar a marca do Paranismo na história ficou com Lange de Morretes e João Turin.
E foi desta forma que os símbolos paranistas começaram a ornamentar as fachadas de casas, prédios e até túmulos em cemitérios de Curitiba. A começar pela própria fachada do ateliê de Turin, demolido na década de 50, logo após a sua morte. Além da arquitetura, móveis e até vestidos desenhados por Turin continham os elementos paranistas. A temática indígena, também considerada símbolo do Paraná, foi extremamente valorizada por Turin em suas esculturas e baixos-relevos.
Nas artes gráficas, a maior representação do Paranismo foi nas páginas da revista Ilustração Paranaense, periódico mensal que exaltava arte e cultura locais que circulou no estado entre 1927 e 1930. A capa da revista era ilustrada pelo ‘Homem-Pinheiro”, imagem criada por João Turin, que trazia um índio de braços abertos, ladeado por pinheiros, sob um rodapé de pinhões, o que se tornaria uma marca do movimento.