A escultura Pietá, de João Turin, resistiu aos bombardeios de uma guerra e foi encontrada em 2013; um exemplar está exposto no Memorial Paranista, no Brasil
Um dos maiores escultores brasileiros
João Turin deixou sua marca na história da arte brasileira principalmente através de suas esculturas animalistas. Destacou-se, acima de tudo, pelas onças, tigres, leões, cobras, cachorros e outros animais, selvagens ou domésticos, representados ora em repouso ora em acirrados combates.
Seu talento para o animalismo foi reconhecido desde cedo. Já durante o curso na Academia de Bruxelas Turin conquistara prêmios em anatomia animal. Em 1921, ao expor no Salon parisiense a escultura de um cão em tamanho natural, fora saudado por um anônimo articulista como “um grande escultor de animais”.
Do mesmo modo, foi como escultor animalista que recebeu as maiores láureas de sua carreira: uma medalha de prata, com Tigre esmagando a cobra, no Salão Nacional de Belas Artes de 1944, e a medalha de ouro, com O rugir do tigre, mais conhecido como Luar do Sertão em 1947.
O legado de Turin retratado em um livro
Um dos pontos altos do projeto de resgate da obra de João Turin era a ideia de contar a sua história por meio de um livro. Desafio aceito pelo historiador e crítico de arte José Roberto Teixeira Leite, que com sua vasta experiência realizou o trabalho de pesquisa e escrita do material. O resultado pode ser conferido na obra que leva o mesmo nome da exposição “João Turin – Vida, Obra, Arte”, livro com 320 páginas, que conta a trajetória de Turin – desde a chegada de sua família ao Brasil, vindos da Itália, passando por sua infância e adolescência – período este onde descobriu o dom para as artes – os anos de estudos e trabalho na Europa até o seu retorno, em 1022. O livro traz verdadeiras relíquias: fotos antigas, documentos, cartas, desenhos e pinturas. As esculturas foram fotografadas pelas lentes de Maringas Maciel, onde é possível contemplar os detalhes das obras. Teixeira Leite destaca e analisa as vertentes do trabalho desenvolvido por Turin, desde os mais desconhecidos até os mais premiados. O autor ainda destaca as fases difíceis, vividas na Bélgica e na França, posteriormente no Brasil. Mas a força da paixão de João Turin pelas artes nunca o deixou desistir. Por isso, a importância deste reconhecimento como um dos maiores escultores que o Brasil já teve.
Esculturas em bronze
Mais de 130 bronzes, entre eles inúmeros inéditos, feitos na primeira fundição artística brasileira tecnologicamente moderna e ambientalmente correta. Tudo para garantir um padrão internacional e a alta qualidade das peças fundidas.