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Obras do Memorial Paranista entram em fase final

Espaço terá o maior jardim de esculturas do Brasil em homenagem ao artista paranaense João Turin

As obras do Memorial Paranista, dentro do Parque São Lourenço, em Curitiba, estão avançadas. A expectativa da Secretaria Municipal do Meio Ambiente é que a entrega oficial do espaço à cidade aconteça na segunda quinzena de dezembro deste ano.

O Jardim de Esculturas pretende ser o maior do Brasil. Em galeria interna, contará com a exposição permanente de 97 peças produzidas por João Turin. O espaço também terá exposições temporárias de objetos pessoais do artista. Do lado de fora, 12 esculturas serão expostas em dimensões ampliadas, utilizando as mais modernas técnicas disponíveis. Duas delas – Índio Guairacá e Marumbi – terão 3 metros de altura.

O prefeito Rafael Greca vistoriou recentemente o Memorial, em companhia da primeira-dama, Margarita e a equipe responsável pelo trabalho, e exaltou a importância de dar o merecido reconhecimento ao artista. “Esse é o maior legado dessa minha gestão que termina, e mais do que para nós, que estamos vivos, é para os que ainda vão nascer. Porque não há expressão maior da força da terra e da gente (…) do que a grande obra de João Turin”, declarou.

Assista ao vídeo da visita aqui.

Além da galeria com as obras do escultor, o espaço revitalizado continuará abrigando o teatro Cleon Jacques, a Casa de Leitura Augusto Stresser e o Centro de Criatividade de Curitiba, o qual receberá como doação do Ateliê João Turin os equipamentos e maquinários necessários para a modernização e funcionamento da fundição pública da cidade. Totalmente elétrica e com baixo impacto ambiental, com reaproveitamento de 60% dos seus insumos e utilizando a técnica milenar da “cera perdida”, a fundição artística João Turin foi montada em 2012 com o nobre objetivo de dar vida à obra do escultor, sendo a maioria das peças inéditas. Assim, houve a busca de tecnologias de ponta em diversos países, como França, Bélgica, Itália e Estados Unidos, além da mobilização de uma equipe capaz de realizar o projeto. O resultado foi a criação de um ateliê tecnologicamente moderno e ecologicamente correto, considerado por especialistas o melhor montado no Brasil, nas últimas décadas.

Sobre o artista

João Turin (1878-1949) nasceu em Porto de Cima, município de Morretes, região serrana paranaense. Desde pequeno, demonstrava interesse pelas artes e pela escultura. Estudou na Académie Royale des Beaux Arts, em Bruxelas, Bélgica, graças a uma bolsa de aperfeiçoamento recebida do Governo do Paraná. Foi contemporâneo de grandes artistas como Auguste Rodin, Picasso, Modigliani, Matisse, Rilke, Jean Cocteau, Victor Brecheret, entre outros.

Depois da temporada na Europa, onde também viveu em Paris, retornou ao Brasil na década de 1920, instalando-se em Curitiba, onde viveu os anos mais produtivos da sua carreira de escultor, recebendo vários prêmios e medalhas, fortalecendo a sua notoriedade como escultor animalista. Foi um dos mentores do Paranismo, movimento artístico do início do século XX que visava valorizar elementos da fauna e flora local, explorando-os nas reproduções artísticas e também arquitetônicas da cidade. Um dos elementos mais emblemáticos do movimento paranista é o pinhão.

Ateliê João Turin

Quando faleceu, em 1949, Turin deixou inúmeras obras inacabadas. O resgate completo do seu legado artístico foi possível graças ao trabalho executado pelo Ateliê João Turin (2012) – montado exclusivamente para esse fim, que atuou desde a revitalização de documentos, desenhos, cartas e fotografias até a fundição das peças em bronze.

Em 2014, a exposição “João Turin – Vida, Obra, Arte” foi a mais visitada na história do MON – Museu Oscar Niemeyer – em Curitiba, sendo premiada pela ABCA – Associação Brasileira de Críticos de Arte – como a melhor exposição daquele ano. A mostra também passou pelo Rio de Janeiro (Museu Nacional de Belas Artes) e por São Paulo (Pinacoteca).